O
dia 17 de junho amanheceu com cerca de 11.500 pessoas se dirigindo
para a Cidade Universitária. Não foi nenhum
tipo de protesto, paralisação ou passeata que
causou essa movimentação, mas sim a Corrida
Nike Plus, que começou a receber os atletas a partir
das 6h.
A
entrega dos kits com camiseta, chip e número de peito
foi feita durante os dias 14, 15 e 16 na própria USP,
por isso os atletas já chegavam para a prova praticamente
prontos, restando apenas se colocarem na linha de largada.
Para ajudar no fluxo da entrada de atletas na USP, a Corpore
ainda organizou um estacionamento de onde saíam ônibus
e levavam os participantes até a arena da prova.
A
grande maioria dos inscritos – mais de 8.000, representando
cerca de 72% dos atletas – participaram dos 10km, que
teve largada exatamente às 8h (PNEs largaram 5 minutos
antes), na av. Prof. Melo Moraes, a av. da Raia. O clima ajudou
e os corredores forçaram o ritmo desde o início
da prova. Valkiria Sanches Prieto fez uma prova muito rápida
e completou os 10km em 00:35:44, quase 3 minutos na frente
da segunda colocada, que foi Rosangela Figueredo, com 00:38:39.
Mas
a corrida de Valkiria não terminou por aí. Após
cruzar a linha de chegada, ela continuou correndo e se posicionou
para a largada dos 5km, que aconteceu às 8h50 (PNEs
largaram 5 minutos antes). Valkiria, que tem a irmã
gêmea Valéria, explica o caso: “Eu estava
inscrita nos 10km, mas minha irmã não veio e
fiz a prova dela também. Decidi isso hoje de manhã,
quando cheguei. A idéia era fazer um bom tempo nos
10km pra conseguir largar nos 5km e ver no que dava”,
afirmou Valkiria lembrando que ela nunca correu duas provas
no mesmo dia. O resultado disso foi um segundo lugar na menor
distância.
Valkiria
foi superada por Simone Alves da Silva, que acabou fazendo
uma corrida de superação. “Foi uma vitória
sofrida, mas muito boa. Larguei atrás e tive que forçar
para buscar a liderança. O clima ajudou bastante e
no km 2 já consegui tomar a ponta”.
Entre
os homens tivemos uma certa inversão. Quem acompanhou
os últimos eventos Corpore e tivesse que fazer uma
aposta nos vencedores, provavelmente diria que Adriano Bastos
venceria os 10km e Marildo José Barducco seria o primeiro
nos 5km. Eles realmente atingiram o lugar mais alto do pódio,
mas Marildo correu a distância maior, enquanto Adriano
foi o primeiro na prova curta. Mas os motivos para a escolha
das distâncias foram diferentes. Enquanto Adriano correu
os 5km pois ainda está se recuperando de uma maratona,
Marildo correu os 10km por acaso: “A responsável
pelas inscrições da minha patrocinadora tinha
deixado de fazer minha inscrição nos 5km e eu
estava com a inscrição nos 10km. Havia me preparado
para correr os 5km, mas quando cheguei aqui optei por fazer
os 10km mesmo e tentar ganhar”, contou o atleta que
consegui tomar a ponta após o km 4 e depois disso venceu
com tranqüilidade.
No
meio do percurso, Marildo inclusive ouviu incentivos de Adriano
que se dirigia para a largada da prova de 5k. “Não
temos rivalidade e fiquei feliz por ele ter sido o primeiro
nos 10km. Torço pelo Marildo, fiquei feliz com o seu
resultado e acredito que ele deve ter ficado feliz por saber
que também fui o primeiro”, afirmou Adriano.
A premiação dos primeiros colocados
e das equipes com o troféu transitório foi presenciada
por diversas pessoas, que além de ver a entrega dos
troféus também acompanhavam o sorteio de tênis
Nike para os participantes.
Entre
os presentes, havia um grupo que participava pela primeira
vez de uma prova Corpore. Normal, não? Sim, se todos
eles não tivessem vindo de Salvador/BA para participar
do evento. A organização da excursão
e treinamento do grupo foi feito pelo professor André
Vilar, da AV Running. “Nossa equipe existe há
2 anos e tínhamos a ânsia de viajar para outros
estados. Peguei o calendário da Corpore e resolvemos
vir nessa prova”, contou André que se admirou
muito com o evento. “A organização é
sensacional, uma lição pra gente. Água
gelada – isso às vezes não tem em Salvador,
imagine só – quilometragem certa, medalhas, kits
bem feito. Vamos levar essas coisas pra lá e quem sabe
conseguir uma prova assim daqui uns anos”.
André
só encontrou uma pequena dificuldade, que na verdade,
foi um beneficio aos outros atletas: o clima. “Sentimos
um pouco frio, mas foi tranqüilo.”