Médico diz que precisamos de bem menos comida do que ingerimos

Redução de calorias pode ser o segredo de uma vida mais longa.
“Você está muito magrinho,precisa comer mais para ficar forte”, dizem com frequência pais e avós preocupados com a alimentação das crianças.
Mesmo cercado de boas intenções, o incentivo pode não ser o melhor para a saúde. Sabe-se hoje que uma dieta com poucas calorias é o mais indicado para uma vida longa e saudável, e que ser magro não é sinônimo de fraqueza, mas sim de vigor.
“O corpo necessita de bem menos comida do que as pessoas têm o hábito de consumir. O excesso de alimentos é tão prejudicial quanto a falta deles”, afirma Belmiro d’Arce, pediatra, homeopata e professor da Unesp.
Segundo ele, comer demais traz diversos problemas à saúde, como obesidade, colesterol alto, diabete, hipertensão, problemas digestivos e refluxo.
“A preocupação com a quantidade de alimentos é hoje maior do que com a qualidade. O corpo precisa de cinco porções de vegetais por dia, uma variação de frutas, legumes e verduras, mas o hábito de comer muito amido permanece”, diz o profissional.
A quantidade exata de calorias que uma pessoa deve ingerir por dia, porém, depende do estilo de vida de cada um. Os que praticam atividades físicas precisam comer mais do que os sedentários.
Uma dica é parar de comer antes de ficar completamente sem fome, pois a saciedade só chega uns 30 minutos após a refeição.
“Nas grandes cidades, as pessoas ficam doentes mais por comer muito do que pela falta de alimentos. Isso acontece mesmo entre os mais pobres”, diz d’Arce.
Com dieta moderada se vai longe, diz estudo
Modelos científicos experimentais já haviam demonstrado que uma dieta de baixas calorias aumenta a expectativa de vida e melhora a capacidade cognitiva.
Agora, cientistas italianos da Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma descobriram que comer com moderação ativa uma molécula que ajuda o cérebro a ficar jovem.
A substância, chamada de CREB1, estimula os genes relacionados à longevidade e ao bom funcionamento cerebral, diz o estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
A expectativa dos cientistas é achar um meio de ativar a CREB1 através de remédios, sem a necessidade de uma dieta restrita. A descoberta será importante para tratamentos contra degeneração e envelhecimento.
Uma vida e meia
Em 2008, cientistas japoneses usaram vermes em pesquisas e descobriram que aqueles que deixavam de comer durante dois dias prolongaram a vida em torno de 50%. |