Na
série de voluntários Corpore já
mostramos o dia-a-dia de Marilucia
e Jorginho,
dois diretores da entidade que trabalham e coordenam
as barracas de distribuição de kits. Mas
uma função que demanda um grande número
de pessoas envolvidas, com milhares de corredores atendidos
a cada prova, tem que contar com o trabalho de outros
voluntários da entidade para fazer com que tudo
dê certo. Um deles é Pierre Georges Neufeld.
“Desde 2001 passei a participar da distribuição
dos kits ao final das provas com a Marilucia, o Hélio
e o Jorge, setor no qual continuo até hoje”,
afirma Pierre. Ao entrar para a entidade, ele começou
colaborando com a supervisão da distribuição
de água durante a prova, para depois trabalhar
nas barracas de kit.
Apesar
de corredor, foi por acaso que Pierre acabou se envolvendo
com a Corpore. “Eu e meus familiares temos uma
boa amizade há cerca de 15 anos com a família
do Armando (Santos, diretor-executivo da Corpore),
desde que nossas esposas se conheceram em uma escola
de natação de Moema onde aguardavam nossos
filhos aprenderem a não se afogar numa piscina.
Passei a ser conselheiro da Corpore no fim dos anos
90 e após alguns convites do Armando, resolvi
aceitar e procuro colaborar desde 2000”.
E
foi por acaso também que Pierre começou
a correr: “Em 1991 eu tive um descolamento grave
de retina em meu olho esquerdo, tendo ficado com a visão
muito comprometida, apesar de ter sido operado por três
vezes por profissionais extremamente competentes e dedicados,
todos escolhidos a dedo por meu irmão que é
um excelente oftalmologista. Eu, que já era míope,
fiquei dependendo de praticamente apenas um olho. Tive
que abandonar esportes que possibilitariam traumas oculares.
Dentre os que sobraram, escolhi correr e passei a me
dedicar com afinco a este esporte, o qual pratico até
hoje, apesar de conviver com uma persistente e desagradável
tendinite crônica de calcâneo bilateral
(Aquiles)”.
Mesmo
sem praticar, Pierre lembra que a corrida fez parte
da sua vida desde cedo. “Desde garoto eu admirava
corridas. Eu morava no Largo Santa Cecília que
ficava no trajeto antigo da São Silvestre. Essas
corridas eram noturnas e todos os anos nós assistíamos
a passagem dos corredores. Naquela época os grandes
astros da São Silvestre participavam de provas
na pista do estádio do Pacaembu alguns dias depois
e frequentemente nós íamos assisti-las”,
relembra.
O
trabalho voluntário junto a Corpore é
feito ao mesmo tempo em que Pierre toca a sua vida profissional.
Formado em Medicina, ele trabalha na área de
serviços de diagnósticos por imagem em
4 locais diariamente além dos plantões
em hospitais, que o fazem passar algumas madrugadas
em claro. Mesmo com essa carga de trabalho, nosso conselheiro
ainda arruma um tempo para correr. “Hoje corro
para manter a forma física e desintoxicar minha
mente. Quando não pratico esportes fico insuportável”.
A
matéria acima faz parte de uma série
que mostrará a atuação dos
diretores e voluntários em dia de prova.
Muitos dos corredores, senão a maioria, desconhecem
esse diferencial. São profissionais das mais
diversas áreas que há anos, nos eventos
da Corpore, doam seu tempo em favor de uma organização
esmerada. Esse envolvimento é a base do sucesso
e o principal motivo que leva a Corpore a atingir
em todas as suas ações a respeitabilidade
da comunidade. |
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