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Resultados
Confira os vencedores
Dados
Atendimento
Médico
Depoimento
de Mário Melo
Com
recorde de inscritos, que esse ano chegaram a 672 atletas
– uma evolução de 56% em relação
ao ano passado – divididos em 90 equipes, a III Corpore
Campos do Jordão Corrida e Bike na Montanha foi disputada
no dia 24 de setembro e trouxe todos os ingredientes (alguns
até inesperados) que uma prova de aventura deve ter.
Os últimos detalhes da prova foram
finalizados durante a semana que antecedia o evento e se alastrou
até horas antes da primeira largada. Na sexta-feira
dia 23, os participantes começaram a chegar na cidade
para poder retirar o kit da equipe contendo números
de peito, placas de bikes, camisetas, adesivos para os carros
e tudo o que as equipes precisam para participar da prova.
Durante
a tarde e noite de entrega, a chuva caiu na estância
turística de Campos do Jordão, trazendo uma
certa preocupação para o dia seguinte. Mas para
todos, atletas e organizadores, só restava descansar
e estar preparado para o grande dia, que com certeza seria
bem “puxado”.
Veio
o sábado e parecia que a ameaça de chuva já
estava longe da cidade. Às 5h30 a movimentação
na arena de prova, que este ano foi montada novamente na praça
do Pinho Bravo já era grande. As primeiras equipes
largaram às 6h e minutos antes os atletas já
estavam se aquecendo. Camila Feitosa, da equipe E.C. Tavares
era um deles e já estava ansiosa com a prova: “Essa
é a primeira vez que estou participando e estou super
ansiosa. Fiz Ilhabela e me falaram que essa é super
diferente e mais difícil. Adorei participar de uma
prova de aventura e por isso vim nessa. Acho que vale a pena
reservar, deixar de ir em outras provas para fazer uma dessas.
Vale muito a pena. Agora vamos ver como minha equipe vai se
sair”.
As equipes foram largando enquanto o dia amanhecia
e a movimentação na arena foi diminuindo com
os atletas partindo para seus trechos aguardando a chegada
dos seus companheiros.
A
novidade da prova era o trecho 4, sendo este o primeiro a
sair do asfalto. Com muitas subidas e descidas em estrada
de terra, ele exigiu um bom preparo dos atletas. “Foi
muito difícil, muita subida... Quando você acha
que vai acabar, vem mais subida”, afirmou Mônica
Avila, da equipe Sandro Marcondes, que também sentiu
o trecho por este ter 1,8km a mais do que havia sido detectado
na medição.
Osvaldo Magno, da equipe Ipê Clube II
também achou o trecho difícil, mas gostou do
que viu. “Foi um trecho bem difícil, muito divertido.
Muita subida, descida, pedra, curva e no final ainda peguei
um vento contra, mas foi bem legal”.
O resto do percurso continuou puxado para
os atletas até chegar no trecho 9, a subida do pico
do Itapeva, que é o parte com premiação
individual da prova. E quem esperava para subir, conhecendo
ou não o trecho, saberia que enfrentaria dificuldades.
“Nunca fiz essa prova e nem sei o que esperar desse
trecho. Acho que vou encontrar muita subida”, afirmou
Edras de Oliveira, da equipe Fórmula Campinas. Já
Paulo Caetano da Silva, da equipe do Parque Estadual de Campos
do Jordão, mora na cidade e conhece o percurso, sabendo
das dificuldades que enfrentaria: “Já conheço
esse percurso, mas mesmo acostumado sei que vai ser difícil”.
Por
si só, este trecho já chama a atenção
na prova e dessa vez tivemos um fator a mais que uma corrida
de aventura pode acabar trazendo. No final do trecho, abelhas
estavam na pista e atacaram alguns corredores. “O trecho
é difícil e ainda tinha abelhas para dificultar.
A subida faz com que a perna queime, o coração
saia pela boca”, afirmou Carlos Alberto Diógenes,
da equipe Ipsos, ao finalizar o percurso. Para Cesar Augusto
da Motta da Z-Track – To na área 2 – a
missão, “o enxame de abelhas foi pior que a subida”.
Muitos atletas tomaram picadas e tiveram que
ser atendidos pela UTI móvel que estava localizada
no final do trecho. Segundo Milton Mizumoto, diretor médico
da Corpore, 30 dos 60 casos atendidos foram de picadas de
abelha.
Passado
esses incidentes, a prova continuou e a disputa pelo primeiro
lugar ficou cada vez mais clara que seria entre as equipes
Brasvending Mario’s Team e VO2 Montevérgine.
Enquanto isso, os atletas das bikes estavam completando seu
primeiro trecho e aguardavam a chegada do corredor cinco para
que começassem o segundo e depois fizessem o percurso
todos juntos para concluir a prova. Mas esse ano, os percurso
de bike não foram nada fáceis, principalmente
devido a maioria dos atletas não estarem acostumados
com mountain bike, como Agenor dos Anjos, ciclista da equipe
VO2: “Estou mais acostumado a fazer corrida de rua e
com bike em percursos no asfalto. Na mountain estou começando
ainda”.
Após
quase 7 horas de prova, a equipe VO2 foi a primeira a passar
pelo pórtico de chegada, com a equipe inteira reunida
e acompanhada pelos batedores do Polícia do Exército.
A segunda equipe foi a Brasvending, que ainda acreditava na
vitória quando fossem computados os trechos de bike.
“O primeiro percurso de bike é bem complicado,
com muita lama e muito ‘empurra bike’. Mas o percurso
é maravilhoso, bem sinalizado, visual muito bonito
e acho que fiz um bom tempo e podemos ficar em primeiro na
classificação. Se não der é uma
pena e parabéns para a outra equipe, mas vamos ver
no que deu”, falava Helvio Mensitieri, ao passar pelo
pórtico com sua equipe.
A
partir de então muitas equipes completavam os 135,5km
sempre acompanhadas dos batedores da Polícia do Exército
que tornava o momento ainda mais marcante para os vencedores.
E mais uma vez aconteceu o que já se tornou uma tradição
nos eventos de aventura Corpore: a equipe que finalizou o
evento foi seguida no último trecho por todo staff
e diretores Corpore, batedores e ambulâncias, finalizando
com muita festa e confraternização a corrida.
A partir daí, os cálculos para descobrir quem
era mesmo o vencedor da prova estavam começando.
No
café-da-manhã de premiação realizado
no hotel Satélite, todos estavam ansiosos para as premiações
de equipe e individuais. David Cytrynowicz, presidente da
Corpore, iniciou a premiação, mas antes da entrega
dos troféus fez comentários sobre a prova e
falou da importância de informar corretamente o tempo
nos 10km de cada atleta da equipe, para que as previsões
da prova não fossem prejudicadas, pois é através
dessas previsões que são feitos os estudos de
montagem de postos e largada das equipes, entre outras coisas.
Entre
os presentes, estava o dr. Turíbio de Barros, médico
fisiologista do esporte e secretário de esportes de
Campos do Jordão. “Mais uma vez quero agradecer
a Corpore e aos corredores, pois vemos como a prática
da atividade física está crescendo e não
existe indicador mais importante de busca pela saúde
e conscientização dessa busca do que o que vemos
por aqui”, afirmou Turíbio que lembrou com humor
do caso das abelhas: “Fui capaz de apurar junto ao prefeito
que o problema das abelhas foi colocado pela oposição”.
Com
a premiação, as esperanças de Helvio
se concretizaram e apesar da equipe Brasvending ser mais lenta
na terra do que a VO2, a diferença de tempo foi tirada
no morro e eles se sagraram campeões. “A gente
não era favorito, pois a equipe da VO2 veio muito forte,
mas falei para o Edgard [dos Santos, secretário-geral
da Corpore] que não se ganha a prova antes dela ser
realizada. Achava que tínhamos chances, mas teríamos
que contar com a sorte, a falha de outros atletas... Nossa
equipe correu bem e nosso ciclista aceitou a responsabilidade
de que ele poderia decidir a prova e conseguimos vencer”,
comemorava Mario Mello, técnico da equipe campeão
ao saber o resultado.
E o clima de ajuda e confraternização
esteve novamente presente no evento. Luiz de Argila, técnico
da VO2 Montevérgine pediu a palavra na premiação
para agradecer a ajuda fundamental de uma outra equipe para
eles atingirem esse ótimo resultado. “Na sexta-feira,
enquanto jantávamos, a roda traseira da bicicleta do
nosso ciclista foi roubada. Iríamos participar da prova
com nossos corredores, mas sem a bike. O Edgard, ciclista
da Top Notch, foi muito legal e com espírito de camaradagem
emprestou uma roda traseira e pudemos participar da prova”,
contou Luiz agradecendo ao Douglas e Edgard da equipe Top
Notch.
Apesar de não garantir a primeira posição
na equipe, a VO2 teve um atleta que conseguiu premiação
individual e ainda quebrou o recorde da subida do Itapeva,
com os 00:25:15 de Marildo José Barduco. “Consegui
vencer e quebrar o recorde, o que foi uma surpresa. Lá
em Botucatu, cidade que moro, tem muita subida e para chegar
na pista onde treino já pego subidas bem fortes. Mas
esse trecho não é fácil e tem que estar
bem preparado.”
As
premiações continuaram e um dos mais emocionados
foi Pedro Henrique Soares Cavalieri, da equipe Z-Track - To
na Area II - A Missão, que foi o ciclista mais rápido
na categoria 40 anos ou mais. “Esse ano vim com tudo.
Me perdi muito. Estava muito empolgado, com muita adrenalina
e acabei passando batido em várias bifurcações.
Fiz uns 15 ou 20 minutos a mais do que eu esperava. O percurso
foi muito técnico e com muitas subidas. Tinha hora
que você olhava e só via nuvens! Valeu muito,
estou muito feliz e ano que vem estou aí de novo!”
comemorava Pedro, que foi receber o troféu levando
sua pequena filha junto.
Ao término das entregas, mais um grande
evento chegava ao fim, trazendo junto com ele os planejamentos
para o ano que vem... Aguarde e confira!!
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