Ilhabela 2003 - Saiba como foi a prova de Aventura
Veja
ao final da página: Resultados, entrevistas,
fotos da premiação, e um e-mail
especial recebido pela organização
da prova! Não deixe de ler e sentir a emoção
da prova de Ilhabela Corpore Terra e Mar |
Dia
22 de maio - quinta-feira – QG Corpore em
Ilhabela |
Todos
os diretores e funcionários Corpore já
estavam na cidade de Ilhabela, preparando e coordenando
a montagem da arena, dando orientação
aos voluntários da cidade, e mantendo os
ouvidos atentos à previsão metereológica
para o fim de semana mais agitado do semestre. O
dia foi ensolarado tanto na capital como no litoral
norte paulistano. Concentração e expectativa
guiavam os olhares dos organizadores do evento.
A
logística de uma prova do porte da Ilhabela
Corpore Terra e Mar não é nada simples.
Foram necessárias 200 pessoas envolvidas
com a organização e apoio para que
pudesse ser realizada esta aventura. Mas, além
disso, o planejamento pré-prova foi fundamental:
a elaboração de um regulamento preciso;
a medição e vistoria do percurso;
a definição das funções
e posicionamento das pessoas que trabalharam em
todo o processo da montagem da prova. São
inúmeros detalhes que devem ser tratados
com extremo cuidado.
Desde
a contratação do pessoal da montagem,
transporte da estrutura das barracas, camisetas,
medalhas, troféus, equipamento médico,
faixas, cadeiras, banners, sinalizadores, enfim,
uma infinidade de materiais que tem como função
proporcionar um excelente suporte ao atleta durante
a corrida, bem como registrar e fornecer os dados
corretos para os diretores técnicos da
prova, para que os resultados sejam precisos e
justos com todas as equipes participantes.
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Dia
23 de maio - sexta-feira – O trabalho Continua |
Mal
havia nascido o sol, a equipe Corpore já
estava de pé, para percorrer a Ilha e fazer
os ajustes finais. O início da entrega dos
Kits dos corredores estava programada para às
15h, na arena montada na Escola de Vela BL3.
A
água (hidratação dos atletas)
chegava de São Paulo para que os isopores
– que condicionariam a água fresca
para os corredores – pudessem ser montados
e distribuídos pelos postos ao longo do
percurso. A hidratação dos atletas,
segundo o regulamento, era de responsabilidade
de sua equipe de apoio, mas também determinava
que era de responsabilidade da organização
oferecer água nos postos do Sul, de Castelhanos
e do Norte.
Foi
então, que chegaram as primeiras notícias
sobre a tempestade que caía em São
Paulo. Não demorou muito, e o tempo virou.
“Entrou um noroeste bravo” –
falavam algumas vozes locais. “Fiquem tranqüilos!
Agora vai chover forte, mas amanhã o dia
vai ser bom” – diziam os moradores
mais antigos da região. O trecho de Castelhanos
teve de ser vistoriado pela organização,
mais uma vez, para garantir a segurança
de todos. Por sorte, nada de grave havia acontecido
nas trilhas da região.
A
dúvida sobre a previsão do tempo
continuou geral, mas o certo era que a arena não
poderia ser o local da entrega dos kits.
Então,
com o apoio do Ilha Flat, todos os kits foram
transferidos para o mezanino do hotel, onde aos
poucos foram chegando os corredores. Para que
a notícia da mudança chegasse o
mais rápido para os coordenadores de equipes,
a organização permaneceu também
na BL3, para divulgar a novidade.
Devido
à chuva e aos ventos fortes (que ultrapassaram
os 100Km/h) houve interrupção no
fornecimento da luz, em toda a ilha. A distribuição
dos kits começou à luz de velas,
mas por sorte, na hora de maior movimento de equipes,
o problema já havia sido contornado, e
a distribuição pode ser feita com
tranqüilidade e conforto para todos.
Muitos
atletas chegaram tarde, devido às complicações
do trânsito em São Paulo, à
neblina na Rodovia Airton Senna, o mar revolto
que impediu a Balsa de atravessar o canal com
a periodicidade rotineira. Às 21:30 todas
as equipes haviam retirado seus kits – com
exceção de duas que cancelaram suas
participações.
Faltavam
poucas horas para que 83 equipes – mais
de 500 pessoas – iniciassem sua aventura
de percorrer 105 Km pelas ruas, trilhas e mares
de Ilhabela.
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Dia
24 de maio – sábado – A aventura
chega antes do sol |
Às
4:30 da manhã a arena já estava movimentada.
O locutor, prestes a narrar a prova, colhia as últimas
informações e orientações
que deveria passar aos atletas. Na linha de largada,
os diretores concentravam-se em organizar a saída
dos corredores na ordem correta, determinada anteriormente,
conforme a previsão de performance dos participantes.
No
posto médico, Corpore e Fleury realizavam
em conjunto uma pesquisa sobre a oscilação
das taxas de glicose, peso, e etc, que ocorriam
durante uma corrida deste porte. Foram colhidas
mais de 200 glicemias, e certamente as equipes
que aderiram à pesquisa voltaram para casa
com dados recentes sobre suas saúdes, sem
custos adicionais.
Às
5h03 largaram os dois primeiros corredores. Sucessivamente,
a cada 90 segundos, duas equipes saíam
da BL3, em direção ao sul da ilha,
iniciando uma aventura que teria 12 horas no máximo
para acabar. Às 6h todos já haviam
largado, outros corredores estavam em carros de
apoio sendo transferidos para os postos de transição
e revezamento. Na arena, os nadadores cochilavam
nas barracas das equipes, repousando antes de
caírem n’água e também
lutarem por uma boa colocação de
suas equipes.
O céu estava estrelado, e quando surgiram
os primeiros raios de sol, chegou junto a esperança
do tempo se firmar, e a prova poder ocorrer sem
tempestades e perigos.
Por
volta das 8:30 da manhã aconteceu a 1ª
Perna da natação. O mar estava de
ressaca. Escuro e agitado, proporcionou um desafio
imenso aos nadadores, que, como disse o presidente
da Corpore, David Cytrynowicz, puderam mostrar
sua importância nas equipes e provar a que
vieram.
A
1ª Perna era composta de duas voltas de 500m
nas grandes bóias amarelas, que demarcavam
a distância do percurso da travessia. O
nadador devia sair d’água antes de
fazer a segunda volta, para garantir um controle
preciso da travessia da distância correta.
Com
apoio e supervisão do Corpo de Bombeiros,
tudo se passou com a segurança no mar.
A tranqüilidade só era quebrada pela
adrenalina e vontade de vencer daqueles que desafiavam
as águas do canal Ilhabela/ São
Sebastião.
A corrida seguia, então, para Castelhanos:
a grande aventura atingia seu ponto máximo.
Além da dificuldade dos 6km de subida e
descida, a chuva do dia anterior ajudou a tornar
o terreno ainda mais radical e liso. Assim, a
experiência, resistência e a coragem
determinaram os melhores resultados neste trecho.
Por
sorte, ou por uma benção, o tempo
permaneceu ideal para a corrida. O
Sol
e a brisa forte garantiram a melhor condição
para a prática do esporte, sem causar contratempos
e sobressaltos à logística e organização
do apoio aos atletas.
O
corredor que voltava à BL3, entregava sua
munhequeira mais uma vez ao nadador, que deveria
nadar mais 500m no mar revolto, completando a
2ª perna de natação. Este era
um momento de concentração e integração
fundamental de toda a equipe. Ao sair da água,
o nadador vestia seu número de peito, seu
tênis e juntava-se aos companheiros corredores
para completarem em terra, guiados pelos Batedores
do Exército Brasileiro, os últimos
2,8Km da prova, para cruzarem de mãos dadas
a linha de chegada.
Foram
83 chegadas emocionantes. A sensação
de satisfação foi personificada
no rosto de cada atleta que passou pelo pórtico
de chegada. Funcionárias da Secretaria
de Esporte e Turismo de Ilhabela entregavam as
medalhas a cada participante, selando com mérito
a vitória de completar este grande desafio.
Durante
todo o evento as ocorrências médicas
não foram graves, e conforme salientou
o presidente da entidade, isso se deve à
qualidade da preparação e condicionamento
dos atletas. Lembrou que, mesmo isso sendo um
fator esperado pela organização
médica, a estrutura montada e os profissionais
de saúde presentes no atendimento estavam
preparados para sérias emergências,
pois a precaução é sempre
colocada em primeiro lugar nos eventos da entidade.
Haviam cinco ambulâncias e um posto médico,
e ocorreram apenas nove casos sem gravidade.
O
corredor da última equipe a completar um
trecho individualmente, chegou à BL3 acompanhado
pelas ambulâncias que estavam posicionadas
em pontos estratégicos do percurso. Após
a 2ª perna de natação, quando
toda a equipe se juntou para completar os 105Km
da prova, os diretores da Corpore se uniram ao
time para percorrerem o trecho final juntos. Todos
os Batedores do Exército Brasileiro, as
motos de apoio da organização e
as ambulâncias acompanharam estes corredores,
festejando junto à cidade e a outros atletas
– que esperavam pela passagem do fim da
prova nas calçadas das ruas do centro da
cidade. Todos aplaudiram e comemoraram juntos
a bem sucedida e emocionante realização
da 3ª edição da corrida de
aventura Ilhabela Corpore Terra e Mar 2003. E
claro: o sol se punha num horizonte azul alaranjado
– tão belo, pacífico e amigável
como só em Ilhabela se pode apreciar.
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25
de maio – Domingo – A revelação
dos vencedores |
Após
uma noite de sono mais tranqüila, todos os
envolvidos com este grandioso evento encontraram-se
novamente no hotel Ilha Flat. Lá foi oferecido
um farto café da manhã de confraternização,
antes da revelação dos resultados
da prova, e da entrega dos troféus aos vencedores.
A
cerimônia de entrega de troféus teve
início com as palavras do presidente da
Corpore, David Cytrynowicz, que agradeceu a colaboração
e apoio: Patrocínio (Track&Field),
apoio da Escola de Vela BL3 e Órgãos
Oficiais: Prefeitura Municipal de Ilhabela (Secretaria
Municipal de Turismo de Ilhabela, Defesa Civil
de Ilhabela, Departamento de Trânsito de
Ilhabela); Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(Parque Estadual de Ilhabela, Instituto Florestal);
Polícia Militar do Estado de São
Paulo (Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental,
Ostensivo do Trânsito); Exército
Brasileiro (Polícia do Exército).
Após
estes agradecimentos, o presidente agradeceu à
colaboração e envolvimento das equipes
na realização da prova. Disse que
sem a atenção e o respeito às
normas estabelecidas, teriam sido registrados
problemas sérios no fluxo do transito,
e mesmo até, problemas na fiscalização
do desempenho dos atletas. Graças ao entrosamento
de todos tudo ocorreu bem.
Além
de algumas declarações, veja
as fotos, dos grandes vencedores premiados
na manhã ensolarada de domingo - Clique
Aqui.
Clique aqui para ver o resultado (item 14)
Recebemos
o e-mail abaixo há poucos dias.
Acreditamos que seu conteúdo mereça
ser dividido com todos os corredores,
que participaram ou não, da Prova
de Aventura em Ilhabela |
AC:
Corpore/ Organização da
corrida de Ilhabela...
São Paulo, 25 de maio de 2003
Se
você puder, um dia seja o último
"Se você puder, um dia, chegue
em último e sinta toda a emoção
que nós sentimos na volta de Ilha
Bela." Equipe 22/Trilopez 3 .
Confessamos que em qualquer momento da
vida, poderíamos imaginar que a
maior alegria, e a melhor posição
para se chegar em uma competição,
seria a última.
Entrar na volta final, seguido pelos organizadores
da festa. Pessoas fantásticas que
passaram todo o dia zelando para que a
nossa prova fosse perfeita. E foi!!!!!!!!
Todos os batedores da Polícia Militar
abriam espaço para a nossa passagem...
As pessoas saiam das casas e aplaudiam
a comemoração... E nós...
Parecíamos crianças, ali,
de mãos dadas, cruzando a linha
de chegada. Foram mais de 11 horas de
prova. Onze horas de apoio, de incentivo...
de compreensão...de espírito
esportivo...de garra e acima de tudo,
de companheirismo e amizade. A cada passada
sentíamos a superação
dos nossos limites e a certeza de estamos
fazendo o melhor. Aliás, acreditamos
que esta foi uma lição que
todos os competidores levaram de todos
os trajetos.
A Volta de Ilhabela, não foi somente
bela... Foi um aprendizado e um encantamento
constante. A cada trecho ficávamos
extasiados com a beleza e energia do lugar
gratos e felizes com o incentivo do pessoal
da organização, e emocionados
com o apoio... Em nenhum momento faltou
a forcinha do: "Vai firme que falta
pouco", ou do "Segura
a passada que está chegando".
Muito Obrigada Corpore pelo trabalho espetacular,
pela organização impecável
e pelos momentos inesquecíveis
que pudemos viver nesta competição.
Ass:
Anna Maria Cortás, Eduardo Brunetti,
Isabel Brunetti, Joel Stuque,
Cátia Stuque, Mônica Picavêa,
Pablo Stanger, Paula Gonçalves
e Ramon Roca.
Equipe
22/Trilopez 3. Orgulhosamente a última
equipe a cruzar a linha de
chegada.
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